Sou uma eterna
estudante de Filosofia, Teologia e História. Amo aprender sobre essas ciências
e a elas dedico boa parte das minhas leituras. Dentre tantas investigações
sobre as quais tenho me debruçado, um tema específico me chama a atenção e
quero compartilhar neste texto. A maioria de vocês já deve ter lido a frase:
“Antes de se preocupar com que mundo deixará para seus filhos, pergunte-se que
tipo de filhos deixará para o mundo”. Não faço ideia de onde originou essa
afirmação, mas ela é bem pertinente. Ainda mais nos dias de hoje.
Acredito que
toda mãe e pai passam por inúmeras dificuldades e dúvidas no que diz respeito à
criação dos filhos. Quando dizer sim ou não? Qual a idade correta para
matricular meu filho na escola? Em qual colégio? Como corrigi-lo? Devo dar
palmadas? Devo colocar de castigo? Como administrar a mesada? Estou trabalhando
muito e dedicando pouco tempo à família? Devo colocar numa escolinha ou
contratar uma babá? Por que ele chora tanto? Como lidar com a pirraça? Fui
enérgico demais? Estou sendo negligente? Até que ponto devo acreditar em tudo o
que meu filho me diz? Enfim... Essas e muitas outras perguntas provavelmente
passam na cabeça dos pais. Entre erros e acertos criamos nossos filhos da
melhor maneira que conseguimos. Somos capazes de dar a nossa vida por eles.
Mesmo assim,
muitas vezes a culpa sobrecarrega nossos ombros. Algumas linhas da Psicologia atribuem
à mãe a origem de muitos traumas de seus filhos (triste realidade!). A música do Pink Floy, “Mother”,
retrata bem isso:
“Hush now baby, baby, don't you cry
Mama's gonna make all of your nightmares come true
Mama's gonna put all of her fears into you
Mama's gonna keep you right here under her wing
She wont let you fly, but she might let you sing
Mama's gonna keep baby cozy and warm
OOh baby ooh baby ooh baby
Of course mama's gonna help to build the wall”.
“Acalme-se agora,
filhinho, não chore
Mamãe vai transformar
todos seus pesadelos em realidade
Mamãe vai passar todos
os seus medos para você
Mamãe vai manter você
bem aqui, sob sua asa
Ela não vai deixar
você voar, mas poderá deixá-lo canta
Mamãe vai manter o
filhinho quentinho e confortável
Ooh filhinho ooh
filhinho ooh filhinho
É claro que a mamãe
vai ajudá-lo a construir o muro”.
Erramos
tentando acertar. Quiséramos nós ter a receita desse bolo!
Os pais,
professores e a sociedade em geral muitas vezes estão preocupados com a longa
lista do pode/não pode, direitos e deveres, certo e errado. Claro que isso é
importante, pois uma criação saudável de filhos implica estabelecer limites,
disciplina e normas. O problema é que as regras sempre parecem ser restritivas.
Elas são importantes, mas não são o centro. Se o foco estiver no que é ou não
permitido, corremos o grande risco de nossos filhos se rebelarem em algum
momento e começarem a questionar: não pode por quê? É certo ou errado sob qual
ponto de vista? Por que sou obrigado a fazer isso? Devo obedecer às regras
impostas sem questionar? Além disso, é comum que as pessoas sigam as regras em
público, mas em oculto burlem muitas delas.
Mais do que um
filho obediente, o nosso foco precisa estar no caráter. Que tipo de caráter?
Ah! Esta sim é a pergunta chave. Quais são os princípios e valores da nossa
família que queremos ensinar aos nossos filhos? Por que esses princípios e
valores são importantes para nós? De que forma podemos enquanto família ajudarmos
uns aos outros a seguir estes princípios e valores em meio a um mundo sem ética
e com a moral totalmente distorcida? Como as influências externas (amizades,
ensino nas escolas, mídia, livros, filmes, músicas, etc.) contribuem para a
formação do caráter de nossos filhos? Se não posso protegê-lo das influências
ruins, como posso ensinar o meu filho a fazer as escolhas certas em meio aos
caos instalado na sociedade?
Eu tenho a
resposta. Mas a resposta que eu tenho tem a ver com o meu caráter e ao caráter
que eu quero ensinar à minha família. Tem a ver com as virtudes, princípios e
valores que eu prezo. Pode bem ser que não seja bem este tipo de caráter,
virtudes, princípios e valores que você considere corretos. Cabe à família ir
em busca desta resposta e, quando encontrá-la, dedicar-se ao máximo para viver
de acordo com ela. Sim, viver. Por que não adianta nada você dizer ao seu filho
o que ele deve ou não fazer se você também não faz. O ensino mais eficaz é o
exemplo. Em Provérbios 22:6 diz assim: “Instrui a criança no caminho certo, e
até quando for velha não se desviará dele”. Instruir não apenas com palavras,
mas com atitudes, com exemplos. E quando você errar? Será sempre uma ótima
oportunidade para ensinar sobre a humildade de reconhecer os erros, pedir
perdão e mudar de atitude.
Não há receita
de bolo para criar filhos. Mas há pistas por todos os lados. O que devemos
fazer? E, o mais importante, como? Para mim, Jesus é o modelo perfeito de ser
humano. Se olharmos para Ele, veremos que Ele não só ensinou o que fazer, mas também como. Como eu disse, essa é a resposta
que eu encontrei. Cabe a você, mãe e pai, encontrar a sua resposta.
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