quinta-feira, 13 de julho de 2023

Que filhos deixaremos para o mundo?

                                         


Sou uma eterna estudante de Filosofia, Teologia e História. Amo aprender sobre essas ciências e a elas dedico boa parte das minhas leituras. Dentre tantas investigações sobre as quais tenho me debruçado, um tema específico me chama a atenção e quero compartilhar neste texto. A maioria de vocês já deve ter lido a frase: “Antes de se preocupar com que mundo deixará para seus filhos, pergunte-se que tipo de filhos deixará para o mundo”. Não faço ideia de onde originou essa afirmação, mas ela é bem pertinente. Ainda mais nos dias de hoje.

Acredito que toda mãe e pai passam por inúmeras dificuldades e dúvidas no que diz respeito à criação dos filhos. Quando dizer sim ou não? Qual a idade correta para matricular meu filho na escola? Em qual colégio? Como corrigi-lo? Devo dar palmadas? Devo colocar de castigo? Como administrar a mesada? Estou trabalhando muito e dedicando pouco tempo à família? Devo colocar numa escolinha ou contratar uma babá? Por que ele chora tanto? Como lidar com a pirraça? Fui enérgico demais? Estou sendo negligente? Até que ponto devo acreditar em tudo o que meu filho me diz? Enfim... Essas e muitas outras perguntas provavelmente passam na cabeça dos pais. Entre erros e acertos criamos nossos filhos da melhor maneira que conseguimos. Somos capazes de dar a nossa vida por eles.

Mesmo assim, muitas vezes a culpa sobrecarrega nossos ombros. Algumas linhas da Psicologia atribuem à mãe a origem de muitos traumas de seus filhos (triste realidade!). A música do Pink Floy, “Mother”, retrata bem isso:


“Hush now baby, baby, don't you cry

Mama's gonna make all of your nightmares come true

Mama's gonna put all of her fears into you

Mama's gonna keep you right here under her wing

She wont let you fly, but she might let you sing

Mama's gonna keep baby cozy and warm

 

OOh baby ooh baby ooh baby

Of course mama's gonna help to build the wall”.

“Acalme-se agora, filhinho, não chore

Mamãe vai transformar todos seus pesadelos em realidade

Mamãe vai passar todos os seus medos para você

Mamãe vai manter você bem aqui, sob sua asa

Ela não vai deixar você voar, mas poderá deixá-lo canta

Mamãe vai manter o filhinho quentinho e confortável

Ooh filhinho ooh filhinho ooh filhinho

É claro que a mamãe vai ajudá-lo a construir o muro”.


Erramos tentando acertar. Quiséramos nós ter a receita desse bolo!

Os pais, professores e a sociedade em geral muitas vezes estão preocupados com a longa lista do pode/não pode, direitos e deveres, certo e errado. Claro que isso é importante, pois uma criação saudável de filhos implica estabelecer limites, disciplina e normas. O problema é que as regras sempre parecem ser restritivas. Elas são importantes, mas não são o centro. Se o foco estiver no que é ou não permitido, corremos o grande risco de nossos filhos se rebelarem em algum momento e começarem a questionar: não pode por quê? É certo ou errado sob qual ponto de vista? Por que sou obrigado a fazer isso? Devo obedecer às regras impostas sem questionar? Além disso, é comum que as pessoas sigam as regras em público, mas em oculto burlem muitas delas.

Mais do que um filho obediente, o nosso foco precisa estar no caráter. Que tipo de caráter? Ah! Esta sim é a pergunta chave. Quais são os princípios e valores da nossa família que queremos ensinar aos nossos filhos? Por que esses princípios e valores são importantes para nós? De que forma podemos enquanto família ajudarmos uns aos outros a seguir estes princípios e valores em meio a um mundo sem ética e com a moral totalmente distorcida? Como as influências externas (amizades, ensino nas escolas, mídia, livros, filmes, músicas, etc.) contribuem para a formação do caráter de nossos filhos? Se não posso protegê-lo das influências ruins, como posso ensinar o meu filho a fazer as escolhas certas em meio aos caos instalado na sociedade?

Eu tenho a resposta. Mas a resposta que eu tenho tem a ver com o meu caráter e ao caráter que eu quero ensinar à minha família. Tem a ver com as virtudes, princípios e valores que eu prezo. Pode bem ser que não seja bem este tipo de caráter, virtudes, princípios e valores que você considere corretos. Cabe à família ir em busca desta resposta e, quando encontrá-la, dedicar-se ao máximo para viver de acordo com ela. Sim, viver. Por que não adianta nada você dizer ao seu filho o que ele deve ou não fazer se você também não faz. O ensino mais eficaz é o exemplo. Em Provérbios 22:6 diz assim: “Instrui a criança no caminho certo, e até quando for velha não se desviará dele”. Instruir não apenas com palavras, mas com atitudes, com exemplos. E quando você errar? Será sempre uma ótima oportunidade para ensinar sobre a humildade de reconhecer os erros, pedir perdão e mudar de atitude.

Não há receita de bolo para criar filhos. Mas há pistas por todos os lados. O que devemos fazer? E, o mais importante, como? Para mim, Jesus é o modelo perfeito de ser humano. Se olharmos para Ele, veremos que Ele não só ensinou o que fazer, mas também como. Como eu disse, essa é a resposta que eu encontrei. Cabe a você, mãe e pai, encontrar a sua resposta.





 

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