quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Todo Mundo tem Preconceito

O preconceito é uma opinião formada sobre algo ou alguém antes mesmo que possamos conhecer ou refletir. Meu marido, por exemplo, anda de cadeira de rodas e, quando nos casamos, muitas pessoas próximas a mim não gostaram nadinha da ideia, pois achavam que eu não seria feliz pelo fato dele não poder andar. Com o tempo, depois que estas pessoas conheceram melhor meu marido e viram como ele me faz feliz, elas mudaram de opinião e ficaram tranquilas a respeito do meu futuro.


O primeiro livro que publiquei, Um Ano Bom, também aborda o assunto do preconceito. A Clara, protagonista da história, é uma aluna novata e, quando chega à nova escola para cursar o último ano do ensino médio, pensa logo que não vai ser feliz, que sofrerá preconceito por parte dos alunos populares e que não conseguirá fazer amigos. Ela olha apara aquelas pessoas e não se sente pertencer àquele lugar. Para a Clara os colegas eram todos "patricinhas' e "playboys" metidos e arrogantes que nada tinham a ver com ela. Na verdade, ela já tinha sofrido bullying nas outras escolas que estudou e estava meio calejada. O fato de ela usar cabelo vermelho e ter um estilo mais despojado e diferente fazia com que os colegas a vissem com um olhar preconceituoso.


Adotando uma postura de isolamento, a Clara acaba rejeitando as tentativas de aproximação do garoto mais bonito da escola e muito popular, Christopher. Ela chega a ser mal educada em suas respostas quando o rapaz tenta puxar papo. Mas, aos poucos, eles vão se aproximando e um relacionamento de amor e amizade surge entre eles. Esse relacionamento ajudará a fazer com que aquele se tornasse um ano bom na vida deles, pois Clara e Chris ajudam um ao outro a ser tornar uma pessoa melhor. Isso é o que as amizades deveriam fazer. Com a ajuda de Chris, a Clara consegue perceber que ela sofria preconceitos, mas que ela também tinha muitos preconceitos. Prova disso é que rotulou o Chris de playboy, metido e fútil, antes mesmo de conhecê-lo melhor e, depois que já são íntimos, ela descobre que estava muito errada a respeito dele. 
Esse aspecto do livro Um Ano Bom, abordado muito bem no filme Crash, citado no livro, nos ajuda a enxergar uma verdade: todo mundo tem preconceito. E reconhecer que temos preconceito é o primeiro passo para vencê-los.


A regra veio da Bíblia e todo mundo sabe de cor: Faça o bem ao próximo como gostaria que fizessem a você e não faça o mal ao próximo que não gostaria que fizessem com você. Mas, como vencer o preconceito que sentimos? O primeiro passo já foi dito, reconhecer que tem preconceitos. O segundo passo é pesquisar, estudar. Vou dar um exemplo para ficar mais fácil. Sou cristã e confesso que tenho muitos preconceitos com relação a outras religiões. Esses preconceitos são ruins, pois me impedem de fazer novas amizades, conhecer e entender culturas diferentes da minha e, às vezes, podem me levar a desrespeitar alguém. Qual a solução? Bom, se o preconceito é um conceito antecipado e sem reflexão sobre algo, a solução para mim, nesse exemplo, é estudar, pesquisar, conhecer melhor as religiões, a cultura dos povos que as praticam, ver filmes, ouvir músicas, ler livros não só de história e geografia, mas romances também. Isso me ajudará a aceitar melhor a diversidade e respeitar as pessoas que tem uma fé diferente da minha. Entendam, eu não preciso concordar com a fé dos outros, nem crer no que os outros creem, mas eu preciso compreender e respeitar, assim como eu quero que me respeitem.
No vídeo abaixo, que coloquei lá no canal do youtube eu falei sobre esse assunto. E vocês? Qual sua opinião sobre esse assunto? Já sofreram preconceito? Admitem ter preconceitos? Como podemos vencer os preconceitos? Deixem seus comentários, vamos conversar sobre isso.
Grande beijo, Ana. 


2 comentários:

  1. Amei o post! Sim, eu tenho preconceitos. Todo mundo tem. Ainda não li teus livros, mas quando mencionou a história da clara, recordo algo parecido que eu vivi. Era nova numa escola e já havia sofrido bullying na escola anterior. Tenho 28 anos e naquela época era algo mais visto como "frescura". As pessoas não me compreendiam, então eu tive que buscar uma saída para entrar no grupo dos populares. E a saída que eu encontrei foi fazer com outras pessoas menos populares que eu as mesmas coisas que os mais populares faziam comigo. Me arrependo muito de ter sido assim... Mesmo que naquela época eu já fosse uma pessoa com bons princípios e valores, acho que eu passei a acreditar que o mundo era daquele jeito, que pra subir na vida era mesmo preciso pisar em quem estava por baixo. No fundo eu sabia que não, mas na prática não era o que eu via acontecer. Muitos anos depois foi que finalmente aprendi a viver do meu jeito, me amando como sou, sendo eu, sem pisar em ninguém e sem permitir ser pisada. Afinal, todos nós somos humanos que, apesar das nossas diferenças, somos iguais.

    Enfim, acho que meu comentário ficou meio enorme. rsrs
    O vídeo vejo posteriormente...

    Abraços, Ana. :*

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  2. Oi Aline. Amei seu comentário. Obrigada por compartilhar suas lembranças.

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